Trump Comenta Condenação de Bolsonaro: Surpresa e Tristeza, Mas Sem Ameaças de Sanções ao Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou pela primeira vez a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado e outros crimes, nesta quinta-feira, 11 de setembro de 2025. Em declaração ao deixar a Casa Branca, Trump expressou surpresa e insatisfação, comparando o caso a processos que ele próprio enfrenta nos EUA, mas ignorou completamente uma pergunta sobre possíveis sanções contra o Brasil. A resposta moderada do líder americano gerou debates sobre as relações bilaterais e aliviou temores de retaliações imediatas, ecoando até no Vale do São Patrício, onde apoiadores de Bolsonaro acompanham o caso com atenção.
Trump, que já havia chamado o julgamento de “caça às bruxas” em julho, afirmou conhecer Bolsonaro “como líder de um país” e o considerou “muito correto, de fato muito notável”.
Acho que é uma coisa terrível. Muito terrível. Acho que é muito ruim para o Brasil, disse o presidente americano, ao ser questionado por um repórter sobre a decisão da Primeira Turma do STF, que condenou Bolsonaro por 4 votos a 1.
Ele comparou a situação à sua própria experiência:
Isso é muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de jeito nenhum.
No entanto, quando o jornalista insistiu se os EUA aplicariam novas sanções ao Brasil em retaliação, Trump desviou o foco, repetindo sua tristeza sem mencionar medidas punitivas.
A reação de Trump contrasta com declarações anteriores de seu governo, como as da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que em setembro sugeriu o uso de “meios militares” para proteger a liberdade de expressão global, em referência ao julgamento. Em julho, Trump já havia imposto tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, sob a Lei Magnitsky. O secretário de Estado, Marco Rubio, foi mais enfático, postando no X que os EUA “responderão de forma adequada a essa caça às bruxas”, chamando Moraes de “violador de direitos humanos”. O Itamaraty reagiu imediatamente, condenando as ameaças como interferência na soberania brasileira.
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