
Avanço Histórico na Medicina Brasileira: Polilaminina Pode Devolver Mobilidade a Tetraplégicos
Cientistas brasileiros anunciaram uma descoberta que pode mudar a vida de milhões de pessoas no mundo todo: um medicamento experimental chamado polilaminina, feito a partir de uma proteína da placenta humana chamada laminina, capaz de restaurar movimentos perdidos por lesões graves na medula espinhal. A pesquisa, que levou 25 anos de dedicação, foi liderada pela professora doutora Tatiana Coelho de Sampaio, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). O tratamento, ainda em fase experimental, já mostrou resultados impressionantes em humanos e animais, trazendo esperança para vítimas de paraplegia e tetraplegia.
A laminina é uma proteína naturalmente presente na placenta e no sistema nervoso, essencial para a regeneração de tecidos durante o desenvolvimento embrionário. Quando lesões na medula espinhal – causadas por acidentes de carro, quedas, afogamentos ou tiros – rompem a comunicação entre o cérebro e o corpo, resultando em paralisia dos membros inferiores (paraplegia) ou de todo o corpo abaixo do pescoço (tetraplegia), o corpo perde essa capacidade de reparo. A polilaminina, uma versão sintética recriada em laboratório a partir de placentas doadas por mulheres saudáveis, age como um “andaime molecular”. Ela estimula neurônios maduros a se regenerarem, formando novos axônios – as extensões dos neurônios responsáveis por transmitir impulsos elétricos – e reconectando as vias nervosas danificadas.
A laminina já é produzida pelo organismo para auxiliar na regeneração do sistema nervoso. Nosso trabalho é apenas imitar a natureza, explicou a pesquisadora Tatiana Sampaio.
Essa abordagem é considerada mais acessível, simples e segura que o uso de células-tronco, pois evita complicações éticas e técnicas.
O medicamento é produzido pela farmacêutica Cristália, em São Paulo, em uma planta de biotecnologia que utiliza placentas doadas, com acompanhamento rigoroso das doadoras durante a gravidez para garantir pureza e segurança. Os testes iniciais envolveram oito pacientes com lesões recentes (em até 72 horas após o trauma), que receberam uma única injeção diretamente na coluna. Um dos casos mais inspiradores é o do bancário Bruno Drummond de Freitas, de 31 anos, que sofreu um acidente de carro em 2018 e ficou tetraplégico. Recebendo a polilaminina apenas 24 horas após o trauma, ele recuperou completamente os movimentos em cinco meses, voltando a uma rotina normal com esportes e sem sequelas.
Eu me recuperei totalmente e poderia estar tetraplégico, relatou Bruno.
Outro exemplo é a atleta paralímpica de rugby Hawanna Cruz Ribeiro, de 27 anos, que ficou tetraplégica após uma queda de 10 metros em 2017. Tratada três anos depois da lesão, ela recuperou entre 60% e 70% do controle do tronco, permitindo maior independência.
Em animais, os resultados também foram promissores. Em testes com seis cães com lesões graves, quatro recuperaram a marcha completamente. Em ratos, os efeitos apareceram em 24 horas. Esses avanços foram apresentados em 9 de setembro de 2025, em São Paulo, pela Cristália, marcando um marco na biotecnologia brasileira. A equipe incluiu neurocirurgiões, fisioterapeutas e biólogos, com o neurocirurgião Marco Aurélio de Lima, com mais de 30 anos de experiência em cirurgias de coluna, destacando a aplicação segura em pacientes com lesões completas.
Apesar dos sucessos, o tratamento ainda está em fase experimental e aguarda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para testes clínicos em maior escala. A Anvisa confirmou que não recebeu pedido formal para a fase 1, mas a patente internacional da polilaminina já está em processo, o que pode levar anos até a comercialização.
Ver que algo que começou em laboratório agora está mostrando resultados em humanos mostra que essa pesquisa pode realmente transformar vidas, afirmou Caroline Alves, presidente da Faperj.
O fundador da Cristália, Ogari Pacheco, enfatizou que a produção nacional colocará o Brasil na vanguarda da medicina regenerativa, tornando o tratamento acessível globalmente.
Essa descoberta chega em um momento crucial, pois lesões medulares afetam milhares de brasileiros anualmente, muitas vezes por acidentes de trânsito ou quedas, deixando vítimas em cadeiras de rodas para sempre. No Brasil, estima-se que haja mais de 200 mil pessoas com paraplegia ou tetraplegia, e a polilaminina representa uma alternativa inovadora, imitando processos naturais do corpo para evitar rejeições ou complicações. Para o Vale do São Patrício, onde acidentes rurais e de rodovia são comuns, o avanço pode trazer esperança para famílias locais, reforçando o orgulho pela ciência brasileira que coloca o país no mapa global da inovação médica.
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