
O julgamento da chamada trama golpista, que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado em 2022, entra em uma fase crucial nesta quinta-feira, 11 de setembro de 2025. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma a sessão às 14h, com o voto da ministra Cármen Lúcia, que pode ser decisivo para o desfecho do caso. A deliberação, que já tem maioria para condenar dois réus, gera grande expectativa em Goianésia e no Vale do São Patrício, onde o tema alimenta debates políticos intensos.
Cármen Lúcia, única mulher na Primeira Turma e magistrada com mais tempo de atuação no colegiado, chamou atenção na semana passada ao questionar a defesa do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira. O advogado Andrew Fernandes alegou que seu cliente tentou dissuadir Bolsonaro de medidas extremas, ao que a ministra perguntou:
Demover de quê? Porque até agora todo mundo diz que ninguém pensou nada, cogitou nada…
O defensor respondeu:
De qualquer medida de exceção.
A intervenção da ministra sinaliza um escrutínio rigoroso das provas apresentadas.
Votos Até o Momento
O julgamento já conta com três votos. Alexandre de Moraes, relator do caso, e Flávio Dino votaram pela condenação de todos os oito réus pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
É preciso diferenciar a punição dos envolvidos de acordo com suas participações, destacou Dino, sugerindo penas proporcionais ao grau de envolvimento.
Já há maioria para condenar o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-ministro Walter Braga Netto pelo crime de abolição violenta do Estado Democrático.
Por outro lado, o ministro Luiz Fux divergiu, propondo a absolvição de Bolsonaro e outros réus, argumentando que não há provas suficientes contra o ex-presidente e questionando a competência do STF para julgar o caso, já que os réus não tinham foro privilegiado quando denunciados.
Concluo pela incompetência absoluta do Supremo Tribunal Federal, na medida em que os denunciados já haviam perdido seus cargos, afirmou Fux.
Ele também sugeriu que o caso seja levado ao plenário do STF, com todos os 11 ministros, para maior pluralidade:
A Constituição se refere ao plenário, não às Turmas.
Próximos Passos
Após o voto de Cármen Lúcia, o ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, apresentará o último voto, seguindo a ordem de antiguidade. A decisão final será por maioria, exigindo pelo menos três votos alinhados para definir a condenação ou absolvição. Caso haja condenação, a próxima etapa será a dosimetria, que fixa as penas em três fases: definição da pena-base, avaliação de agravantes ou atenuantes e cálculo final com possíveis aumentos ou reduções.
Os réus são Jair Bolsonaro, Mauro Cid, Walter Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira, Augusto Heleno, Almir Garnier, Anderson Torres e Alexandre Ramagem, este último com processo suspenso para dois crimes (dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado) por decisão da Câmara dos Deputados. Eles respondem por cinco crimes graves, que incluem organização criminosa armada e tentativa de golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2023.
Impacto e Expectativa
O julgamento, que termina amanhã, sexta-feira, 12 de setembro, às 19h, é acompanhado de perto no Brasil e no exterior, com transmissão ao vivo pelo G1 e pela TV Justiça. No Vale do São Patrício, onde Bolsonaro tem apoiadores e críticos, o caso intensifica discussões sobre democracia e justiça. A decisão do STF pode influenciar o cenário político nacional, especialmente com as eleições de 2026 no horizonte, afetando debates em comunidades como Goianésia.
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