
Doenças Ligadas a Implantes de Silicone: O Que a Ciência Revela e Como Isso Impacta as Mulheres
Milhares de mulheres em todo o mundo, incluindo no Brasil, optam por implantes de silicone para fins estéticos ou reconstrutivos, mas uma tendência crescente de remoções alerta para riscos que a ciência começa a desvendar. No Brasil, o número de cirurgias de explante quase dobrou em oito anos, passando de 18.475 em 2016 para 42.231 em 2024, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Esse aumento reflete maior atenção aos problemas associados, mudanças em preferências estéticas e relatos de complicações que circulam entre pacientes.

A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos EUA, revisou em 2021 as regras para implantes, exigindo um consentimento informado e uma tarja de alerta. Os implantes não são para a vida toda, e os riscos crescem com o tempo, incluindo necessidade de cirurgias adicionais. A agência reconhece associações com o linfoma anaplásico de grandes células (BIA-ALCL), um câncer raro ligado a implantes texturizados, e casos isolados de carcinoma de células escamosas na cápsula formada pelo corpo ao redor do silicone.

Complicações locais incluem contratura capsular, quando o tecido cicatricial endurece, causando dor e deformidade; seromas, acúmulo de líquido; alterações de sensibilidade; e infecções. A ruptura silenciosa, comum em implantes de gel, pode levar a vazamento de silicone, formando nódulos chamados siliconomas. O mastologista Wesley Andrade explica que o silicone não é inerte, e o corpo reage formando uma cápsula que pode inflamar ou contrair. Embora milhões de mulheres tenham implantes sem problemas graves, a subnotificação de casos é um desafio.
Sintomas sistêmicos, conhecidos como breast implant illness (BII) ou síndrome ASIA, incluem fadiga, dores articulares, queda de cabelo, ansiedade, depressão e problemas autoimunes, mas não há consenso científico sobre a causalidade direta. Estudos, como um de 2022 na Universidade de Toronto, mostram melhora em até 75% das mulheres após remoção, mas faltam pesquisas de longo prazo. No Brasil, a Anvisa monitora implantes desde 2004, exigindo relatórios de eventos adversos, mas não reconhece a BII como entidade específica.

Casos reais ilustram o impacto humano. Aline Hubner, de 41 anos, colocou implantes em 2016 e sofreu enxaquecas, manchas na pele, alergias e infecções. Exames revelaram vazamento de silicone para áreas como axila e costelas, levando a uma cirurgia de 13 horas. Médicos alertaram que sem remoção, ela poderia morrer.
Se não explantasse, morreria, disse Aline.

Ela foi diagnosticada com síndrome ASIA e ainda lida com sequelas.
Mariana Forti, de 33 anos, enfrentou vermelhidão, febre, queda de cabelo e urticária crônica após implantes em 2014. Após anos sem diagnóstico, removeu as próteses e escreveu o livro Explante, Explante Meu sobre sua jornada, incluindo depressão. Chris Rodriguez, de 30 anos, descobriu ruptura após sintomas como dermatite e ansiedade, sentindo alívio imediato após o explante.
Para mulheres considerando implantes, especialistas recomendam discutir riscos detalhadamente. A FDA exige um checklist de decisão informada, cobrindo complicações e possibilidade de sintomas sistêmicos. No reconstrutivo pós-mastectomia, benefícios podem superar riscos, mas em cirurgias estéticas, a informação é crucial. No Vale do São Patrício, onde procedimentos estéticos crescem, essas descobertas alertam para escolhas conscientes e acompanhamento médico.
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